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taes nomes a essas regiões porque seos habitantes eram máos, barbaros e traidores, qualidades essas inherentes ao deos Arys da mythologia grega. E a explicação de um geographo da antiguidade.

Houve, em verdade, uma grande migração de asiaticos no oriente europêo, porém num tempo em que na Europa já havia povos civilizados. Dahi á affirmativa de que os aryanos foram os fautores da civilização européa ha uma grande distancia.

Em uma época remotissima, que se perde nos sombrios e indecisos recantos da pre-historia, foi a Europa invadida pelo homo-afer, sahido do Atlas. Esse, dominando o continente, criou uma civilização soberba, que ainda existia 6.000 annos antes de Christo, conforme um relato de Herodoto, confirmado hodiernamente pela archeologia e ethnographia. Depois chegou á Europa o homo-asicus.

A analyse geo-historica, com seos perfeitos methodos de pesquisa, delineados nas obras magistraes de Rosebery, destróe a lenda dos aryas, criada artificiosamente. No seculo XX, um estudante de historia ou de ethnographia, não deve repetir o erro que se acha nos compendios usuaes, qual o das tres phantasticas migrações dos aryas, pseudo-criadores da actual civilização européa.

A Europa, ha milhares de annos, já viu uma grande civilização, extincta pela força irreductivel do tempo, pela convulsão de grandes cataclysmos sociaes. A semelhança existente entre os radicaes das lingoas falladas, desde o Turkestão até o cabo Finisterra, não pode traduzir migrações de aryas, mas apenas revela as relações de uma origem commum, qual seja a africana.

Mas, não é sómente Sergi que combate a hypothese aryana. O professor Alberti, de Roma, insubordina-se contra essa fabula, que durante muitos annos dominou soberanamente a consciencia da Historia:

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- «Premesse queste cose, il famoso problema Ario, che per um secolo quasi non solo agitó la mente di tutti gli etnologi e filologi, ma che, dato per risolto con redute eminentemente nazionaliste, aveva inebbriato di orgoglio i tedeschi, permettendo loro di parlare de una grande stirpe Indo-Germanica che avrebbe portato la civiltà a turta l'Europa, il famoso problema Ario, adunque, é oggi profondamente modificato nel modo con cui deve venir porta e con cui puó essere veramente risolto.

Le cose (e il Sergi lo ha dimonstrato con una poderosa opera di indagine e di riconstruzione) andarono molto diversamente. Vi fu dunque in Asia un grande focolare di vera e originale civiltá aria, che si svoise da remotissime tempi fra gli Indiani e gli Irani, ma questi popoli erano di stirpe decisivamente propaginata dal ceppo dell'homo afer: la loro origine era adunque perfetamente analoga a quella della varietá mediterranea. Indiani ed Irani non mandarono mai direttamente orde o colanie proprie in Europa » (Popolos, pag. 198).

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Deniker, em sua obra Races de la Terre, pag. 379 diz que « la question aryenne n'a plus aujourd'hui l'importance qu'on lui prêtait jadis ».

Nega que houvesse influencia aryana na constituição do typo physico e na civilização do europeo.

Um outro anthropologista notavel, Paul Topinard, ensinava, em 1900, na pag. 229 de L'Anthropologie et la Science Sociale que «il n'y a pas de race aryenne ».

Numa celebre conferencia, realizada em 8 de novembro de 1902 na Escola de Anthropologia de Paris, o illustre ethnographo Zaborosky proclamou que «on peut affirmer que les races blanches n'ont eu ses origines en l'Asie Centrale ». Depois de admi. raveis considerações terminou dizendo que «la théo. rie aryenne est plus litterair que scientifique ».

Os maiores responsaveis pela di feminação da theoria aryana foram Quatrefages e Letourneau, este na supposição de que os aryanos affluiram á Europa para se misturar aos primitivos habitantes. Mas os primitivos europeos não eram selvagens e exerciam influencia nos adventicios que, no ensinamento do sabio Louis Poussin, «ont problablement subi l'influence des autochtones (da Europa), qui n'étaient pas tous des sauvages ».

Assim, pois, digamos com o grande Sergi que a gente e a civilização européas saíram da Africa e não da Asia, e que a affirmação de Cesar Cantu e outros historiadores, ensinando que os aryas foram os fautores dessa gente e dessa civilização, é falha, improvavel, inveridica.

Os defensores da theoria aryana dizem que os aryas eram um povo formoso, pacifico, civilizado, possuindo uma lingoa propria. A gente aryana, diziam os escriptores gregos da antiguidade, era barbara, grosseira, cruel, ama..te da guerra e da destruição, fallando lingoa hamitica, e, portanto, não lhe sendo propria.

Onde está então a sua nobreza?

Si sua lingoa tem radicaes hamiticos, onde está a sua lingoa riquissima, independente?

Si era um povo civilizado, como se foi localizar em selvas e florestas virgens da Germania, formando tribus guerreiras, aliás crudelissimas, emquanto na Grecia, na Italia e na Iberia os povos gosavam, em cidades, os confortos da civilização?

A palavra germano é de origem seltica e significa vizinho, donde Germania, quer dizer povos ou nação da fronteira (ou da vizinhança).

Além disso, é preciso dizer-se que os germanicos, denominados barbaros do occidente pelos civilizados europeos de ha 2.000 annos, em suas inva; sões ou migrações, não absorviam os povos vencidos, pelo contrario, foram por elles absorvidos.

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Dominaram Portugal, Espanha, França, Italia, Belgica, Ilhas Britannicas, etc.

Entretanto, os povos desses paises e suas respectivas lingoas não têm estructura germanica, e sim seltica. Não diremos latina, porque não existe raça latina, conforme já demonstrámos em outro estudo. O fallar da Escossia, do País de Galles, da Irlanda é francamente seltico; o da Grã-Bretanha é o antigo bretão transformado, e o bretão, di-lo notavel philologo, não é lingoa da Germania.

A verdade é que os primeiros germens da civilização européa provêm da Africa (e não da Asia), transportados para a Europa por uma especie humana perfeitamente distincta, com caracteres bem definidos,

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