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da Europa. Assim, já reconciliados com vós mesinos, podereis ainda um dia estender uma mao fraternal a todos os povos, e rogar-lhes abjurem suas injustas desconfianças, e concorram, por seo mesmo interesse, para a vossa prosperidade.

A terra em que nasceram homens taes como Montesquieu, Pascal, Bossuet, Fenelon, e cem outros genios, que tem diffundido luzes tao puras como brilhantes, será sempre a patria da verdadeira sociabilidade e da razao. Abrigados á sombra de tamanhos nomes nao tendes que tenier comparaçoens nem reproches.

FIM.

Indice dos Capitulos de toda esta Obra.

Tomo I.

Numeros Volumes Pag.

CAP. I. Preliminares do Congresso
CAP. II.-Benascimento da diplomacia

62 XVI

153

...

do. do.

154

.........

do.

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64

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65 XVII

35

.........

CAP. III.-Objecto do Congresso
CAP.IV.-Divisao da Europa em duas zonas 63
CAP. V.-Nova estado das naçoens.
CAP. VI.-Do equilibrio politico da Eu-
ropa, em geral
CAP. VII.-Das occasioens que se tem
perdido, há cem annos para cá, de esta-
belecer o equilibrio politico da Europa.. 66
CAP. VIII.-Das couzas boas que se tem
feito na Europa, há cem annos a esta
parte, em beneficio do equilibrio......... 67
CAP. IX.-Que hé o que se esperava
fizesse o Congresso?...

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CAP. X.-Que hé o que fez o Congresso? 69 XVIII
CAP. XI. Do restabelecimento da ordem

30

politica, tal qual existio em 1789......... 70 do. CAP. XII.-França .......

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CAP. XX.-A Saxonia e Napoles

78

do.

159

CAP. XXI.-Cidades livres, Anseaticas... 79

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CAP. XXII.-Portugal,-Malta

do.

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..... ......

CAP. XXIII.-Hespanha.. .................

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CAP. XXIV.-Cessoens e reunioens de

povos.....

..... 80

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CAP. XXV.-Politica permanente da Eu

ropa CAP. XXVI.-Estado duplo da Europa... 82 CAP. XXVII-Esquecimentos do Con-.

gresso: Religiao, Colonias, Commercio do. Continuação do mesmo Capitulo 83 CAP. XXVIII.-Estado infeliz dos Europeos: Perigos deste estado ............ 84

Continuação do mesmo Capitulo............ 85

CAP. XXIX. Dos Escriptores politicos, nas suas relaçoens com a conservaçao da

paz

CAP. XXX. O ultimo Tratado

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REVOLUÇOENS ANTIGAS E MODERNAS.

Governo dos Trinta Tiranos.

Alguns annos depois da revolução dos QuatroCentos, Athenas foi tomada pelos Lacedemonios. Lysandro mandou derribar os muros da cidade, aboliu a democracia, e nomeou trinta cidadaons para organisarem uma nova constituiçao. Estes homens perversos se apossaram immediatamente de toda a auctoridade. Agora daremos a

conhecer os principaes actores desta scena sanguinolenta.

A frente destes trinta tiranos figurou Critias, filosofo, e homem da moda, pertencente á escola de Socrates. Este despota tinha todos os vicios desses homens que ultimamente fizeraō a desgraça da França. Atheo por principios, sanguinario por gosto, e tirano por inclinaçao, renegava, como Marat, de Deós e dos homens.

Theramenes, seo collega, tinha mais talentos, e era muito mais destro. Semelhante a Syeyes, defensor da democracia, consentiu com tudo em ser um dos Quatro Centos, deitou-os abaixo, e foi ainda um dos Trinta depois da tomada de Athenas.

A primeira operaçao destes miseraveis foi associar a si tres mil malfeitores, e fortificar-se com uma guarda Lacedemonia, pronta a servi-los em tudo. Assim que se julgarem bem fortes, desarmaram todos os cidadaons, bem como a Convenção desarmou as Secçoens de Paris, á excepção dos Tres Mil, a quem conservaram os direitos de cidadaons. Este mesmo plano seguiram os conjurados de França, fazendo com que os Jacobinos fossem os unicos cidadaons activos da republica, em quanto o resto do povo, mergulhado em nulidade e terror, tremia debaixo da vara de ferro do governo revolucionario.

Agora já firmes no seo poder, os Trinta largaram as redeas a todos os crimes. Todos os Athenienses suspeitos de suspirarem pela antiga liberdade, e todo o homem que possuia alguma couza, forao postos em uma lista geral de proscripçao. Critias dizia, como Marat, que era preciso, custasse o que custasse, degolar as principaes cabeças da cidade. Assim, segundo esta maxima, os monstros entraram successivamente a condemnar á morte, um apoz outro, os ricos

habitantes da cidade, a fim de pagarem com a confiscaçao de seos bens os satelites da tirania.* Para haver toda a semelhança entre esta tragedia e a que representou Robespierre com a Convençao em França, os corpos dos cidadaons assassinados erao tambem privados de todas as honras da sepultura.

Por este modo Athenas se havia convertido em um vasto tumulo, habitado pelo terror e pelo silencio. Um olhar, um gesto, até os mesmos pensamentos se puniao como crimes. No semblante das victimas estudavao os algozes; e neste bello espelho d'alma espreitavaõ a candura e as virtudes, bem como o juiz sagaz espreita no semblante do culpado os indicios do crime. Os Athenienses menos desgraçados forao os que, por entre as trevas da noite, largando tudo, e só levando comsigo o pezo da vida, poderam hir refugiar se em as naçoees estrangeiras.

Mas a enormidade deste proceder abriu em fim os olhos a alguns dos tiranos. Theramenes, ainda que leve, tinha todavia um fundo de energia, e era inclinado á fazer bem estas atrocidades o horrorisaram. Oppoz-se a ellas com vigor, e desde este momento foi decretada a sua morte. Assim Tallien, detestado por Robespierre, esteve a ponto de perder-se por meio de uma denuncia feita contra elle; porem mais feliz que o Atheniense soube desviar o punhal, e crava-lo no seio do proprio acusador.

assim que os azares dispoem da vida dos homens. Nos vamos referir, uma apoz outra, estas duas celebres acusaçoens, porque nao podemos dar uma melhor liçao aos ambiciozos, e aos parti

A confiscaçao hé o instrumento geral de todos os tira. nos; e para ser mais seguro sempre se degolao primeiro as victimas. Eis a razao do dito atroz de Robespierre--Que aguilhotina cunhava moeda.-OS REDACTORES.

distas das revoluçoens do que mostrar-lhes que em todos os seculos quem nellas entra tem sempre o mesmo fim:-a morte.

Os Trinta, que tinhao abolido em Athenas todas as auctoridades publicas, sómente haviaõ conservado o Senado, que sobjugado pelo terror nenhum ciume lhes dava. Foi perante este tribunal que Critias denunciou Theramenes. O povo, em um estupido silencio, assistia tremendo ao processo do seo ultimo defensor, em quanto os emissarios dos Tiranos, armados com punhaes escondidos debaixo de seos vestidos estavao postados a todas as portas, e rodeavao os juizes. Estando já tudo assim pronto, Critias começou a sua accusação do modo seguinte:

"Senadores, há quem acuse o nosso governo "de severidade, e nao se considera que hé uma "necessidade inherente á reforma de qualquer "Estado. Mas Theramenes, que nos acusa, "sendo elle mesmo um dos membros do governo, "nao se torna por isso mais criminozo, acusando"nos? Nao he com tudo hoje só que elle prin"cipiu a ser conspirador. Denominando se o "amigo do povo, estabeleceu o poder dos "Quatro-Centos; e assim que os vio proximos "a perder sua auctoridade, abandonou-os, e ban"deou-se com seos inimigos. Ora pois, Sena"dores, quem como Theramenes falta ao seo "dever, influido por vis interesses, merecerá por "ventura viver? Condemnai logo a morte um "chefe de revolução em quem os conspiradores poem todas as esperanças

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Theramenes respondeu em suma o que se segue:

"Senadores, quem será com effeito vosso ini"migo, eu, ou Critias? Julgai sobre os factos. "Eu fui do seo partido em quanto elle concorria para se punirem os delatores, mas oppuz-me

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