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com o nosso sexo. De mil modos pelas leis de natureza nos traça ella o caminho, que elle deve seguir. Cada um tem seu juz, seos gozos, seos deveres, que escrupulozamente preenchidos nao sao menos meritorios.-Pernicioso hé pois o descontentamento do nosso estado; e uma falsa ou desprezivel representaçao dos nossos deveres e direitos nos faz bem depressa esquecer de uns, e perder os outros.-De certo somos nós tristes creaturas sem designaçao, sem merito-mas nao o somos por natureza; se o somos hé por nossa culpa.

SCIENCIAS.

Nova Exposição dos Progressos que fizeraõ as Sciencias no anno de 1815.

(Continuada da pag. 462, do No. LVI.)

Optica.

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As mais importantes descobertas que se fizeraō nesta sciencia o anno passado, forao devidas ás investigaçoens sobre a polarizaçao da Luz em diversos corpos. O Dr. Brewster e M. Biot forao os philosophos que mais zelosos trabalharao neste ramo. Dr. Brewster com particularidade foi indefesso, e publicou durante o anno nao menos de seis differentes Memorias sobre a materia; sinco nas Transacçoens Philosophicas de Londres, e uma nas Transacçoens Philosophicas de Edinburgh. Passaremos em primeiro lugar a dar uma breve noçaõ dos trabalhos de Biot, e exporemos depois as descobertas de Brewster..

1. Biot achou que a tourmaline no estado mui delgado causava uma refracçaõ dupla, á maneira do espato calcareo; e que no estado porem de laminas grossas produzia somente refracçao singela: daqui segue-se, que neste mineral existem duas distinctas cauzas de polarizaçao; uma procede das moleculas cristallinas da tourmaline, e a outra depende das laminas de que o

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cristal hé composto. A primeira destas cauzas opera sensivelmente só quando o mineral hé mui delgado; e a segunda, quando tem um certo grau de grossura.

Biot igualmente verificou, que a agata sendo mui delgada transmitte luz em todas as direcçoens, e que tem as propriedades de um corpo duplamente refractivo. Elle hé de opiniao, que este mineral apresenta os phenomenos observados por Brewster unicamente quando possue um certo grau de grossura.

2. Malus depois de descobrir que a luz era polarizada sendo reflectida da superficie de corpos diafanos, repetio esta mesma experiencia com os metaes, e achou que a luz reflectida da superficie destes nao soffria uma polarizaçao igual á que era produzida pelos corpos diafanos. O Dr. Brewster porem veio depois a verificar, que quando um raio de luz já polarizado hé por varias vezes reflectido da superficie de chapas de prata ou d'oiro, experimenta uma modificaçao tal, que analizada por meio de um prisma de spato da Icelandia, se divide em duas porçoens de differentes cores. Biot repetio esta experiencia, e achou que estas cores erao exactamente analogas aos circulos colorificos observados por Newton: estes resultados por tanto nao coinsidirao com os de Brewster. Biot mencionou esta singularidade a M. Arago, o qual asseverou que as suas observaçoens haviaō sido semelhantes ás do Dr. Brewster; e deo a Biot uma chapa de prata por meio da qual este philosopho poude entao obter os mesmos resultados. Admirado de uma tal differença, elle investigou esta materia com cuidado, e descobrio que os phenomenos dependiao do modo como a chapa metallica tinha sido brunida. Há dois modos de brunir chapas metallicas, a saber, batendo-as com martello, ou esfregando-as quando se pratica o primeiro, se observao os phenomenos mencionados por Biot; e usando-se o segundo, se obtem os phenomenos observados por Brewster. Biot finalmente verificou que uma superficie metallica brunida por meio de fricçao produz na luz duis effeittos distinctos: a saber, ella dá á uma parte da luz incidente o que elle denomina polarizaçao movel, que hé analoga á que hé occasionada por uma lamina delgada de cristal, hé entao que se observa a serie dos circulos colorificos de Newton: e

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tambem dá a luz incidente branca uma polarizaçao fixa no plano de incidencia, analoga á que hé produzida por uma lamina grossa de cristal. A primeira destas polarizaçoens hé só perceptivel em certas posi çoens, quando a chapa metallica bé brunida por meio de fricçao: e eisaqui o motivo por que nao foi observada por Brewster, como ella porem hé assaz evidente quando a chapa hé brubida por meio do martello, Biot por conseguinte a poude perceber.

3. Há muito que Biot mostrou, que quando a luz atravessa certos cristaes, a força repulsiva que produz a polarizaçao extraordinaria opera com maior intensao nas moleculas violaceas do que nas azues, maior nas azues do que nas verdes, e assim em proporçao, vindo a operar com a menor intensao no raio vermelho. A illaçao natural que daqui se segue hé, que a refracçao extraordinaria opera do mesmo modo nas moleculas da luz, visto ella estar tao intimamente ligada com a polarizaçao. Em uma Memoria publicada nos Annaes de Chimica de Junho do anno passado (Vol. XLIV. p. 281) Biot mostrou que esta lei se verificava tanto no cristal da Icelandia, como em todos os cristaes em geral.

Passaremos agora a fazer uma breve exposição das descobertas que sobre esta mesma sciencia o Dr. Brewster publicou no anno de 1815.

1. Elle achou que as lagrimas de vidro (as quaes se fazem lancando n'agua vidro derretido, e vulgarmente sao chamadas Prince Rupert's drops,) tem a propriedade de depolarizar a luz, taōbem como os corpos cristallizados. Elle observou que estas lagrimas de vidro tem intersecçoens analogas ás dos corpos cristallizados: sendo ellas bem aquecidas, e estriadas vagarosamente, perdem a virtude de depolarizar; donde claro está, que o calor produz no vidro uma textura cristallina, é que se este hé rapidamente esfriado conserva esta

textura.

2. O Dr Brewster descobrio, que as substancias seguintes possuem a propriedade de depolarizar a luz; e que tem por tanto uma textura semelhante a dos

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O Dr. Brewster achou que as seguintes substancias nao tinhaō a propriedade de depolarizar a luz :

Lamina de ouro

Fevra da pinna marina

Alguns cristaes de dia- Aza da meloe vesicatoria,

mante

Sal commum

Spato fluorico
Spinell

Sal ammoniaco

Sal rupellensis, ou soda tartarisata

Nitrato de chumbo

Tunica sclerotica de um peixe

Lente cristallina de um peixe

Da. de uma vaca Capsula da lente de um peixe

Ambar gris derretido e es-
friado
Membrana de hydatis
Da. que forra as costellas
de um cordeiro
Da. do tallo do rheubarbo
Da. que cobre a concha
do solenensis, uma espe-
cie de langueiraō.
Resina da bila derretida e
esfriada

Geléa dos pés de vitella
Pelle de gallinha

Casca tirada do corpo de
uma abelha
Pelo de uma abelha

Aza de uma abelha

Aza de um escaravelho

Aza de uma mosca

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ou cantharida

Pellicula tirada da erva

dente de leaō

Da, de uma cebola

Da. da folha do saiaõ
Americano

Tolha da hydrangea
Spatha de um lilio

Pellicula de gomma ara

bica

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O Dr. Brewster tem mostrado, que os modos como os corpos depolarizaō a luz, se podem reduzir á sette, a saber :

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